segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ateísmo?

"Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia." (I Coríntios 3:19)

Em alguns vídeos populares no site Youtube, eu observei uma pequena série chamada "A Bíblia é repulsiva" onde alguém argumentava logicamente sobre a imperfeição de Deus e sua santa Lei. O que me surpreendeu foi o fato de tê-los considerados plausíveis! Não me lembro do porquê de ter pensado desta forma, mas, creio que me coloquei no lugar de um ateu para entender a mensagem.

Pouco depois eu me lembrei de uma palavra do rabino Sha'ul Bentsion acerca de como compreender a magnificência do Eterno. Deveríamos nos preocupar com a experiência que podemos ter com Ele e não tentar achar, usando menos de 10% de nossa capacidade cerebral, argumentos para a existência dEle. Deveríamos nos esforçar para enxergar Seus atributos na criação para melhor exercitarmos nosso amor para com Ele. E também me lembrei da raiz desse pensamento: A FILOSOFIA GREGA!

A filosofia grega é totalmente fundamentada sobre perguntas do tipo: COMO? ONDE? POR QUÊ? QUANDO? DE ONDE VEIO? PARA ONDE VAIS? Ou coisas semelhantes. Essa é a base do pensamento ocidental, muito racional e "lógico". Mas ainda assim, eu peço permissão ao leitor para me expressar, com base nessa mesma linha, a fim de explicar "logicamente" a existência e o poder do Todo Poderoso. Não é uma crítica, é apenas uma divergência dentro dessa mesma filosofia confusa. Vejamos, por exemplo, a origem da palavra "ateísmo".

A palavra ateísmo é formada pelo prefixo grego a "não" e pela palavra grega théos "divindade ou Deus". O ateu acredita que Deus não existe. Ele explica a existência das coisas pelo lado natural, ao invés de pelo sobrenatural. Ele encara o mundo que o cerca como produto de forças naturais. O ateu não vê sentido em crenças religiosas de Deus ou deuses.

Ele acredita que é possível obter-se prova de que Deus não existe. Sustenta ainda que há indícios substanciais desse fato. Entretanto, ele próprio não consegue afirmar, em termos dogmáticos, que Deus ou deuses não existem.

Existem apenas dois meios possíveis de se saber que Deus não existe:

  1. Considerando a possibilidade de que existe um deus em alguma parte do universo que não entrou em contato conosco, uma pessoa teria que ter conhecimento absoluto de tudo que está acontecendo em cada ponto do universo para afirmar categoricamente que Deus não existe. É óbvio que se ela tivesse tanto conhecimento assim, a ponto de poder afirmar que Deus não existe, seria onisciente e, portanto, por definição, Deus. Do contrário não poderia ter certeza se Deus ou deuses existem ou não.
  2. Alguém poderia saber que Deus não existe se recebesse uma revelação especial informando-o da não existência de Deus ou deuses no universo. Mas somente o próprio Deus poderia dar tal revelação e, assim, esta forma de negar a Sua existência também não é lá tão lógica...

Portanto, afirmar que Deus não existe é incorrer no erro de contestação categórica. Seria mais apropriado dizer: "Eu não creio que haja indícios da existência de Deus". Nestas bases, o ateísta poderia explicar por que acha que Deus não existe e o teísta (aquele que crê em Deus) poderia rebater os argumentos do primeiro explicando por que ele crê na existência de Deus.

Ainda seguindo essa mesma linha filosófica, é possível enumerar uma série de argumentos sobre a existência de Deus, embora, explanarei alguns. Existem quatro argumentos clássicos que defendem a existência de Deus. São eles: o argumento cosmológico, o argumento teleológico, o argumento moral e o argumento ontológico.

  1. Argumento cosmológico – Este argumento sustenta que tem que haver uma causa ou motivo para a existência do universo (cosmos). Todo efeito possui uma causa. O universo é um efeito. É preciso que haja uma causa inicial, uma causa não provocada, e esta tem que ser Deus.
  2. Argumento teleológico – O argumento teleológico, que deriva da palavra grega télos, cujo significado é "propósito, fim ou meta", diz respeito a desígnio e propósito. Tudo no universo tem um propósito. O planejador ou arquiteto universal é Deus. O salmista ressaltou esse fato. "Da tua alta morada rega os montes; a terra se farta do fruto das tuas obras. Fazes crescer a erva para os animais, e a verdura para uso do homem, de sorte que da terra tire o seu alimento, o vinho que alegra o seu coração, o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração"
    (Salmos 104:13-15).
  3. Argumento moral – Esse argumento afirma que tem que haver um Deus responsável pelo senso universal de certo e errado que o homem possui em si. Toda cultura humana contém determinados padrões morais. O motivo de o homem ter padrões morais é porque o Criador os incutiu nele. Esse senso humano de moral evidencia a existência de Deus. A Bíblia diz: "Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, pois mostram a obra da lei escritas em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os"
    (Romanos 2:14 e 15).

  4. Argumento ontológico – O argumento ontológico, derivado da palavra grega ontos, que indica "entidade", é um tanto complicado. Um teólogo cristão chamado Anselmo, que viveu no século XI, expressou-o da seguinte forma: "A noção de perfeição inclui existência, porque o que não existe é menos do que perfeito; portanto, como temos o conceito de um ser perfeito, este ser precisa existir, pois o conceito inclui a sua existência, do contrário ele seria menos do que perfeito."

Esses argumentos têm sido empregados ao decorrer dos séculos com o objetivo de mostrar que a crença na existência de Deus não é algo ilógico, mas, sim, que a Sua existência é a que melhor explica o universo em que vivemos.

P.S.: Se o leitor sentiu algo como um "nó nos neurônios" com tanta explicação, ou, entendeu parcialmente a mensagem, ou até, ficou mais confuso com o texto acima, não se preocupe! Até o escritor se perdeu ao elaborar esse artigo... Definitivamente, não é fácil explicar um Ser espiritual, muito acima da razão humana, usando argumentos filosóficos e incompletos.



Provando que a bíblia é repulsiva

Provando que a bíblia é repulsiva – Resposta às críticas



Shalom Aleyhim!

Um comentário:

Irlana de Oliveira disse...

Paulo, sou leitora assídua do seu blog. Gosto muito da maneira como você aborda os assuntos, pois não deixa nenhuma dúvida para o leitor.
O meu desejo que vc continue sendo esse instrumento de Deus para auxiliar na compreensão dos mistérios divinos aos que têm interesse de aprender mais sobre o Grande Deus. Nada melhor do que comprovar, mesmo através de argumentos humanos, que a Palavra de Deus é VERDADE. Continue sendo o atalaia de Deus, com certeza no seu tempo (Kairós) Ele o honrará.